Regente: Karla Scarpato INTRODUÇÃO
Quem não se lembra de seu tempo de escola, da existência de certos grupos que ridicularizavam determinados colegas? A utilização de apelidos como “quatro olhos”, “rolha de poço”, “Olívia palito”pode estar associada a casos de bullying. É importante esclarecer o que diferencia as brincadeiras inocentes da escola desse fenômeno. Segundo Cleo Fante (2005, p. 28-29), bullying é “um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outros causando dor, angustia e sofrimento(...). Essas intimidações hostilizam ridicularizam e infernizam a via de outros alunos, levando-os à exclusão, alem de danos físicos, morais e materiais”.
O bullying é um problema mundial, não estando restrito a nenhum tipo de instituição: primária ou secundária, pública ou privada, rural ou urbana. Está presente na maioria das escolas, e muitas vezes, não é detectado por aparecer sutilmente. Algumas instituições não detectam sua ocorrência ou negam o problema a fim de não enfrentá-lo.
Este termo é pouco conhecido no Brasil, mas possui características muito específicas. A vítima pode sofrer em silêncio, muitas vezes por medo de retaliação ou pela falta de compreensão por parte dos adultos que, insensivelmente, tratam o problema como sendo apenas brincadeira de crianças. Porem o Bullying deve ser tratado como um problema grave de indisciplina ao qual todos precisam estar atentos, colocando em prática medidas preventivas e de conscientização geral de professores, funcionários, pais e alunos.
JUSTIFICATIVA
Os tempos de escola ficam guardados no imaginário das pessoas como um dos períodos mais saudosos da vida. Entretanto, as lembranças do colégio não são boas para todos. Alguns guardam, ao contrário, rejeição, tristeza e humilhação.
Essas pessoas podem nem saber, mas foram provavelmente vítimas de bullying. Uma realidade que atualmente vitimiza uma parcela considerável de estudantes e que pode acarretar em atitudes extremas como as tragédias escolares que nos últimos dez anos vêm sendo noticiadas com freqüência pela mídia: “Ex-aluno invade escola atira em oito e se mata”, O Globo (RJ, editoria - PAÍS, 28/1/2003).
No mundo moderno e globalizado que vivemos hoje, deixamos de pensar no próximo, o que ele sente, o que leva a realizar muitas vezes atos inconseqüentes e incoerentes. Todos buscam a maior quantidade possível de informações sobre tudo. A busca incessante pela informação fez o homem descuidar-se, deixando de olhar para seu lado, o seu semelhante.
Entre tantos desafios da escola está posto mais um. O Bullying Escolar, termo sem tradução exata para o português, tem sido cada vez mais reportado. O bullying é uma das formas de violência que mais cresce no mundo e é causa de grande sofrimento. São meninos e meninas expostos às mais diversas situações repetitivas de humilhações, constrangimentos, apelidos jocosos, intimidações e difamações. Como conseqüência, encontram-se o comprometimento da saúde emocional, qualidade das relações interpessoais, construção da cidadania e principalmente, da ruptura no processo educacional, podendo ser apontado como uma das causas dos elevados índices de evasão e retenção escolar no país.
Sendo assim, cabe a nós esclarecermos as pessoas sobre este mal que pode chegar ao mais alto nível de violência e destruir suas vidas para sempre. Neste sentido, faz-se necessário a tomada de atitudes que possam inibir ou amenizar este fenômeno no espaço escolar. É preciso desenvolver um olhar mais observador promovendo assim uma cultura de paz!
Objetivo Geral
Convocar a comunidade escolar a trabalhar no incentivo a uma cultura de paz e respeito às diferenças individuais.
Objetivos Específicos
. Caracterizar o bullying;
. Apontar os prejuízos a quem causa e quem sofre o fenômeno;
. Mostrar de que forma podemos agir sem nos prejudicar ao outro aceitando as diferenças existentes entre nós.
. Elaborar um plano de medidas sócio-educativas que devem ser adotadas pela escola;
. Contribuir positivamente para a formação de uma cultura de não violência na sociedade.
. Formar grupos de trabalho;
. Buscar parcerias;
DESENVOLVIMENTO
A idéia em relação ao tema abordado neste projeto teve início quando alguns alunos começaram a questionar sobre o significado do termo “BULLY”, um novo jogo de vídeo game que prometia gerar muita polêmica.
Em "Bully", o jogador assume a pele de um estudante adolescente que deve armar as maiores peraltices na escola, inclusive subjugando e maltratando seus colegas. Em "Bully", o jogador interpretará o estudante Jimmy Hopkins que quer se tornar o maioral da "Bullworth Academy", nome fictício de escola típica americana. Numa mistura de drama e comédia, o jovem Jimmy passa por vários aspectos da trajetória da vida estudantil como idas e vindas à diretoria, envolvimento amoroso com as adolescentes e brigas de pátio.
Como a escola tem um papel determinante, pois é nela que os alunos passam a maior parte do tempo convivendo em grupo, logo surgiram às discussões em sala de aula a respeito do assunto. Sentimos então, a necessidade de pesquisar esta nova realidade e nos defrontamos com comportamentos que acontecem em nosso ambiente escolar.
Foram discutidos vários textos relacionados a este assunto e com base nestas discussões forma produzidas paródias e representações artísticas envolvendo o tema proposto. Com a intenção de exercer suas funções, os educandos decidiram expandir essa discussão para toda escola. Então, nas aulas de informática, os alunos pesquisaram sobre o tema e montaram uma apresentação sobre o Bullying e o envolvimento de toda a escola foi iniciado. Os alunos passaram a apresentar este tema a todas as salas informando, sensibilizando, conscientizando e mobilizando a implantação de uma politica anti-bullying na escola, como um caminho mais coerente de levar a todos a assumir seu papel na sociedade.
Nessas discussões surgiram idéias para combater e prevenir a agressão continuada.
Supervisão e observação: nos momentos em que os alunos estão no pátio, deveria haver sempre a presença de adultos para a identificação de práticas que possam caracterizar o Bullying. Pode-se contar também com a ajuda de alunos que venham a identificar situações existentes entre os colegas.
Palestra para os alunos: a informação dada aos alunos é importante para que eles estejam alerta às situações que os rodeiam e possam perceber que, em alguns momentos, alguns agem como vítimas ou agressores.
Palestra para os pais: o esclarecimento aos pais é de suma importância para que eles detectem atitudes as quais possam estar caracterizando seus filhos como vítimas ou agressores do fenômeno.
Ouvidoria: é importante possibilitar encontros em que os alunos reúnem-se com um profissional da escola para serem ouvidos. Os educandos poderão se manifestar de forma mais livre e, durante essas conversas, será possível descobrir vítimas de bullying e até achar soluções para os casos. Os educandos são incentivados a criarem cartazes, para exposição no pátio da escola, como também elaborarem frases, textos, paródias para serem publicados no blog da escola.
Dramatizações: na sala de aula, os alunos elaboram um drama no qual apareça uma situação uma situação de bullying na escola e apresentam para toda a turma ou até mesmo em eventos maiores.
Temas para discussão: Leitura de textos sobre casos reais, exibição de filmes e documentários sobre o fenômeno.
Linha Aberta: Os professores podem abrir espaço em seus horários de atendimento para receber denúncias ou utilizarem um endereço eletrônico para manterem contato com as vítimas e outros alunos interessados em cooperar com os colegas.
Encaminhamento para especialistas: existem médicos psicólogos e educadores que estão preparados para aconselhar e dar cessões de atendimento às crianças. Esses profissionais mediadores auxiliam os educandos nos conflitos existentes. Podem ainda trazer contribuições através de palestras e encontros com os pais, alunos e educadores.
No entanto, essas são apenas algumas ações, e sabendo que a prática escolar é complexa, cada escola poderá achar meios de conter as manifestações de bullying que se apresentem e tentar atingi-las de acordo com sua realidade.
