terça-feira, 27 de maio de 2014

PALESTRA COM MISSIONÁRIOS DE MOÇAMBIQUE (ÁFRICA)



     Alunos das Séries Finais da EEF Demétrio Bettiol receberam a visita de representantes da Ong IDE Moçambique (África), nesta sexta-feira, dia 23 de maio.

     O missionário Otávio Luiz da Rosa – que já foi professor de Artes da Rede Municipal de Criciúma e chargista do Jornal da Manhã - contou sobre suas experiências no país africano, levou objetos da cultura africana, apresentou curiosidades sobre o modo de vida daquele povo e falou da importância de um trabalho que ajude na inclusão, no desenvolvimento e na educação daquela população tão carente. Ele relatou que sempre teve um desejo de realizar um trabalho nesse sentido: “Quando eu tinha sete anos vi uma imagem divulgada pela Igreja Católica e fui tocado pela cena: era um criança africana em frente de um casebre. Desde então, eu sempre quis fazer algo para ajudar as pessoas da África.”  Ele contou que a expectativa de vida da população é de 52 anos na capital, que 60% é analfabeta, que o custo de vida é alto e que há falta de sonhos das pessoas está em segundo plano porque o essencial é a sobrevivência.
     O moçambicano Angelo Duarte Chipendo está em Criciúma fazendo cursos profissionalizantes para posteriormente retornar ao seu país e colaborar na implantação de programas sociais. Ele contou sobre as dificuldades que as crianças moçambicanas passam para estudar e as carências que sofrem por restrições alimentares e afirma que seu povo não progrediu por falta de conhecimentos. A aluna Carolina Farias ficou muito sensibilizada: “Eu chorei porque ele disse que uma bolacha para uma criança africana é como a riqueza caindo em suas mãos. Ele disse que lá é como se fosse o inferno e aqui o céu.” Angelo lembrou: “O pior ano que vivi foi o ano de 1983 porque não tinha comida. Fazíamos fila para pegar farinha pra comer. Lá nós comemos chima com caril que é algo parecido com a polenta: a chima é feita de farinha de milho que é branca e caril é um molho.
     A aluna Eloísa Leopoldo questionou sobre o sistema político de Moçambique. Os palestrantes explicaram que apesar de haver eleições a cada cinco anos, é o mesmo partido que está no governo há 40 anos. “Lá também há muita corrupção como no Brasil: a diferença é que a corrupção daqui é por ganância e em Moçambique é mais por questões de sobrevivência”, acrescentou Otávio.

        A escola agradeceu os missionários pela palestra que além de provocar sentimentos de altruísmo, apresentou muitas informações interessantes aos alunos.