Alunos das Séries Finais da EEF Demétrio
Bettiol receberam a visita de representantes da Ong IDE Moçambique (África),
nesta sexta-feira, dia 23 de maio.
O missionário Otávio Luiz da Rosa – que já
foi professor de Artes da Rede Municipal de Criciúma e chargista do Jornal da
Manhã - contou sobre suas experiências no país africano, levou objetos da cultura africana, apresentou
curiosidades sobre o modo de vida daquele povo e falou da importância de um
trabalho que ajude na inclusão, no desenvolvimento e na educação daquela
população tão carente. Ele relatou que sempre teve um desejo de realizar um
trabalho nesse sentido: “Quando eu tinha
sete anos vi uma imagem divulgada pela Igreja Católica e fui tocado pela cena:
era um criança africana em frente de um casebre. Desde então, eu sempre quis
fazer algo para ajudar as pessoas da África.”
Ele contou que a expectativa de vida da população é de 52 anos na
capital, que 60% é analfabeta, que o custo de vida é alto e que há falta de
sonhos das pessoas está em segundo plano porque o essencial é a sobrevivência.
O moçambicano Angelo Duarte Chipendo está
em Criciúma fazendo cursos profissionalizantes para posteriormente retornar ao
seu país e colaborar na implantação de programas sociais. Ele contou sobre as
dificuldades que as crianças moçambicanas passam para estudar e as carências que
sofrem por restrições alimentares e afirma que seu povo não progrediu por falta
de conhecimentos. A aluna Carolina Farias ficou muito sensibilizada: “Eu chorei porque ele disse que uma bolacha
para uma criança africana é como a riqueza caindo em suas mãos. Ele disse que lá é como se fosse o inferno e
aqui o céu.” Angelo lembrou: “O pior
ano que vivi foi o ano de 1983 porque não tinha comida. Fazíamos fila para
pegar farinha pra comer. Lá nós comemos chima com caril que é algo parecido com
a polenta: a chima é feita de farinha de milho que é branca e caril é um molho.”
A aluna Eloísa Leopoldo questionou sobre o
sistema político de Moçambique. Os palestrantes explicaram que apesar de haver eleições
a cada cinco anos, é o mesmo partido que está no governo há 40 anos. “Lá também há muita corrupção como no Brasil:
a diferença é que a corrupção daqui é por ganância e em Moçambique é mais por
questões de sobrevivência”, acrescentou Otávio.
A
escola agradeceu os missionários pela palestra que além de provocar sentimentos
de altruísmo, apresentou muitas informações interessantes aos alunos.