sexta-feira, 24 de agosto de 2012

PERÍMETRO E ÁREA


CULMINÂNCIA DOS PROJETOS DA EDUCAÇÃO

            A Secretaria de Educação de Cocal do Sul tem incentivado os professores a apresentarem seus projetos na “culminância”. Quando ouvi essa palavra pela primeira vez, achei um pouco esquisita. Mas, já a associei com “cume” que significa o ponto mais alto de um monte. Então, foi fácil relacioná-la à Educação: culminância é o momento de apresentação ou a entrega de um projeto desenvolvido para garantir aos alunos aprendizagem e que se espera que tenha sido concluído com sucesso, que tenha permitido aos alunos partir de um estágio menor de conhecimento para outro maior.
            A intenção da Secretaria de Educação era que os professores da mesma disciplina da rede municipal se reunissem e elaborassem coletivamente seus projetos. No entanto, não foi previsto um tempo para esses encontros e para isso acontecer teríamos que nos organizar em horários à noite ou nos fins de semana. Não é fácil elaborar projetos em grupo nessa vida corrida de professor. Não é má vontade dos educadores: é falta de tempo para discutir ideias, planejar atividades e avaliar o andamento do processo de ensino. Esse é um dos motivos do nosso trabalho ainda ser muito solitário: em casa, planejamos nossas aulas, com os alunos as desenvolvemos e nós mesmos as avaliamos. Algumas vezes, conseguimos conversar com a Orientação Escolar ou com a Direção da Escola sobre nossa metodologia, sobre os resultados das provas e sobre nossas angustias e alegrias.
Em nossa carreira profissional, cansamos de ouvir falar da importância dos projetos e raras escolas foram capazes de se organizar e trabalhar verdadeiramente dentro dessa linha. Com o tempo, acabei acreditando mais no que o professor da UNESC, Ademir Damázio, nos disse num encontro: “Eu não acredito em projetos, acredito em boas atividades”. Verdade! Há tantas atividades maravilhosas acontecendo dentro das salas de aulas e os projetos acabam em tentativas!
Enquanto eu editava as fotografias e os vídeos de um trabalho que desenvolvi com a turma 603 (6º Ano) da E.E.F. Demétrio Bettiol, fiquei emocionada. Meu objetivo principal era que eles assimilassem os conceitos de área e de perímetro. Percebo que o aluno que não compreende bem esses conteúdos está fadado a não entender álgebra, equação de 2º grau e o Teorema de Pitágoras, por exemplo. Para isso acontecer planejei atividades com papel quadriculado, recortes de jornais, medimos a quadra e construímos jogos. Costumo ter comigo uma câmera digital e por isso registrei alguns momentos. Depois, analisando as imagens e nossas ações, percebi quanta coisa fazemos e não notamos que são essências na vida das nossas crianças. É claro que tive que cortar a cena em que tenho que interromper as explicações porque um aluno reclamou que o outro estava lhe chamando de apelidos! Sob a sombra de uma árvore dei minha bronca... Mas entendo que essas situações desagradáveis fazem parte da vida coletiva, do papel de educador, da missão de corrigir as falhas humanas. O que me encantou mesmo foi vê-los pintando, recortando, contando, perguntando e aprendendo. Avaliei que eu e meus colegas não devemos sentir tanto aquela sensação de que a nossa missão não foi cumprida!
No dia 29 de agosto acontecerá, no Centro Comunitário de Cocal do Sul, a exposição de trabalhos, apresentações artísticas e produções dos projetos desenvolvidos pelas escolas da rede municipal no 1º semestre desse ano. É importante que toda a comunidade escolar visite para conhecer as coisas boas que acontecem dentro das escolas. Necessitamos trocar experiências com outros professores. Precisamos mostrar aos pais que trabalhamos para o crescimento intelectual e humano de seus filhos. Devemos mostrar que temos condições de superar as dificuldades de ensino. Temos que sentir orgulho do que sabemos fazer com qualidade!
Professora da E.E.F. Demétrio Bettiol