Alunos da EEF
Demétrio Bettiol de Cocal do Sul, acompanhados pelas professoras Luciane Burigo
Mathiola, Charlene Cardoso e Ana Lúcia Pintro visitaram o Grupo RBS TV de
Florianópolis, nesse sábado, dia 20 de outubro. No estúdio de gravação da
TV.com, participaram de uma palestra com o meteorologista, Leandro
Puchalski, que apresentou os recursos que usa para fazer as previsões
do tempo e respondeu aos questionamentos dos estudantes sobre furação, tornados
e raios. Os estudantes tiveram a oportunidade de simular uma gravação do
programa usando as câmeras do estúdio.
Os estudantes
conheceram o projeto Tamar, na Barra da Lagoa, onde verificaram a importância
de projetos ambientais que preservam as tartarugas marinhas, realizaram um
passeio de escuna na Lagoa da Conceição e uma trilha na Praia da Galheta e
visualizaram a cidade do mirante do Morro da Cruz.
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PASSEIO DE
ESTUDOS DA ESCOLA DEMÉTRIO BETTIOL
O
ato de educar transcende a sala de aula. Quem nunca ouviu isso? Obviamente
nossos alunos são alunos dos professores, mas também são alunos dos seus pais,
dos vizinhos, dos religiosos, dos próprios amigos, dos programas de televisão, das
músicas, da sociedade. O que eles aprendem de bom e de ruim é reflexo das ações
da presença ou da ausência de todas essas pessoas em suas vidas.
Queremos uma Educação de
qualidade, sonhamos com isso! Acreditamos que o poder público pode proporcionar
recursos para garantir o sucesso dos educandos. Planejamos aulas pensando em
métodos mais eficientes. Desejamos provocar mudanças comportamentais pautados
no diálogo diplomático. Mas, nem sempre percebemos o quanto nossas decisões
podem transformar vidas. Temos a triste tendência de chorar pelos “casos
perdidos” e esquecemos-nos de buscar a vibração positiva das crianças e dos
adolescentes que serão “casos de sucesso”. Essa lição é difícil de aprender.
Programamos um passeio de
estudos para Florianópolis envolvendo os alunos das turmas 703 e 704 da E.E.F.
Demétrio Bettiol. Um dia antes da viagem eu perguntei se estavam ansiosos e
metade da turma me disse que não ia sequer dormir. Então, me questionaram: “E
você, professora, não está ansiosa também?”. Respondi que em alguns momentos me
sentia feliz em poder viajar com eles, e derrepente me dava conta do peso da
responsabilidade e pensava que devia ter escolhido ficar em casa assistindo o
Caldeirão do Huck. Mas, eu sabia que a preocupação seria esquecida quando eu os
visse descobrindo outros lugares, outros mundos.
O metereologista Leandro Puchalski apresentou os recursos que usa para
fazer as previsões do tempo e respondeu aos questionamentos dos estudantes
sobre furacão, tornados e raios. Conversaram sobre o furacão Catarina que
ocorreu em 2004, quando a maioria deles mal sabia falar. Descobriram que nos Estados
Unidos os nomes dos furacões são dados em ordem alfabética e alternam entre um
nome feminino e um masculino. Tentaram compreender como uma tromba d’água se
forma sobre o mar. Queriam saber se o raio parte do solo ou das nuvens. Depois,
tiveram a oportunidade de simular uma gravação do programa usando as câmeras do
estúdio.
Alugamos a escuna Ondança
que pertence ao casal holandês, Diter e Annemarie. Saímos da Lagoa da Conceição
e fomos até a Barra da Lagoa. O trajeto é feito em aproximadamente 45 minutos.
Apesar de ser tranqüilo exigi que os alunos colocassem o colete salva-vidas:
havia prometido aos pais quando solicitei a autorização. Eu tinha consciência
de que estava sob minha responsabilidade a maior riqueza de dezenove famílias.
Depois do almoço
atravessamos uma ponte pênsil para fazer uma trilha até a Praia da Galheta.
Pareciam formiguinhas desnorteadas andando sobre as pedras! Nem sempre os
gritos são bem recebidos pelos professores, mas naquele momento eram gostosos
de ouvir. Dois alunos voltaram para casa um pouco esfolados nas pernas, mas
nada grave. Sempre digo que quem não tem cicatriz no corpo, não teve infância.
Permiti que molhassem os
pés na água salgada, alguns ultrapassaram o limite dado, mas como o local da
praia não apresentava riscos, não proibi que curtissem o mar um pouco mais. Na
verdade, eu queria estar junto!
Os estudantes conheceram
o projeto Tamar, na Barra da Lagoa, onde verificaram a importância de projetos
ambientais que preservam as tartarugas marinhas. Conheceram os tipos de
tartaruga que habitam no litoral brasileiro, demonstraram procedimentos para
salvá-las, viram que o lixo é responsável pela morte de muitas delas, obtiveram
informações sobre a reprodução, enfim, puderam verificar o comportamento delas
em cativeiro.
Concluo dizendo que o
passeio foi intenso, de muito aprendizado, de muita alegria. Só não foi
perfeito porque o Guga não estava em casa, segundo o porteiro. Tenho certeza
que um dia meus alunos poderão esquecer de mim, mas jamais esquecerão desse
dia!