domingo, 21 de outubro de 2012

PASSEIO DE ESTUDOS - FLORIANÓPOLIS



Alunos da EEF Demétrio Bettiol de Cocal do Sul, acompanhados pelas professoras Luciane Burigo Mathiola, Charlene Cardoso e Ana Lúcia Pintro visitaram o Grupo RBS TV de Florianópolis, nesse sábado, dia 20 de outubro. No estúdio de gravação da TV.com, participaram de uma palestra com o meteorologista, Leandro Puchalski, que apresentou os recursos que usa para fazer as previsões do tempo e respondeu aos questionamentos dos estudantes sobre furação, tornados e raios. Os estudantes tiveram a oportunidade de simular uma gravação do programa usando as câmeras do estúdio.
Os estudantes conheceram o projeto Tamar, na Barra da Lagoa, onde verificaram a importância de projetos ambientais que preservam as tartarugas marinhas, realizaram um passeio de escuna na Lagoa da Conceição e uma trilha na Praia da Galheta e visualizaram a cidade do mirante do Morro da Cruz.

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      PASSEIO DE ESTUDOS DA ESCOLA DEMÉTRIO BETTIOL

            O ato de educar transcende a sala de aula. Quem nunca ouviu isso? Obviamente nossos alunos são alunos dos professores, mas também são alunos dos seus pais, dos vizinhos, dos religiosos, dos próprios amigos, dos programas de televisão, das músicas, da sociedade. O que eles aprendem de bom e de ruim é reflexo das ações da presença ou da ausência de todas essas pessoas em suas vidas.
Queremos uma Educação de qualidade, sonhamos com isso! Acreditamos que o poder público pode proporcionar recursos para garantir o sucesso dos educandos. Planejamos aulas pensando em métodos mais eficientes. Desejamos provocar mudanças comportamentais pautados no diálogo diplomático. Mas, nem sempre percebemos o quanto nossas decisões podem transformar vidas. Temos a triste tendência de chorar pelos “casos perdidos” e esquecemos-nos de buscar a vibração positiva das crianças e dos adolescentes que serão “casos de sucesso”. Essa lição é difícil de aprender.
Programamos um passeio de estudos para Florianópolis envolvendo os alunos das turmas 703 e 704 da E.E.F. Demétrio Bettiol. Um dia antes da viagem eu perguntei se estavam ansiosos e metade da turma me disse que não ia sequer dormir. Então, me questionaram: “E você, professora, não está ansiosa também?”. Respondi que em alguns momentos me sentia feliz em poder viajar com eles, e derrepente me dava conta do peso da responsabilidade e pensava que devia ter escolhido ficar em casa assistindo o Caldeirão do Huck. Mas, eu sabia que a preocupação seria esquecida quando eu os visse descobrindo outros lugares, outros mundos.
O metereologista Leandro Puchalski apresentou os recursos que usa para fazer as previsões do tempo e respondeu aos questionamentos dos estudantes sobre furacão, tornados e raios. Conversaram sobre o furacão Catarina que ocorreu em 2004, quando a maioria deles mal sabia falar. Descobriram que nos Estados Unidos os nomes dos furacões são dados em ordem alfabética e alternam entre um nome feminino e um masculino. Tentaram compreender como uma tromba d’água se forma sobre o mar. Queriam saber se o raio parte do solo ou das nuvens. Depois, tiveram a oportunidade de simular uma gravação do programa usando as câmeras do estúdio.
Alugamos a escuna Ondança que pertence ao casal holandês, Diter e Annemarie. Saímos da Lagoa da Conceição e fomos até a Barra da Lagoa. O trajeto é feito em aproximadamente 45 minutos. Apesar de ser tranqüilo exigi que os alunos colocassem o colete salva-vidas: havia prometido aos pais quando solicitei a autorização. Eu tinha consciência de que estava sob minha responsabilidade a maior riqueza de dezenove famílias.
Depois do almoço atravessamos uma ponte pênsil para fazer uma trilha até a Praia da Galheta. Pareciam formiguinhas desnorteadas andando sobre as pedras! Nem sempre os gritos são bem recebidos pelos professores, mas naquele momento eram gostosos de ouvir. Dois alunos voltaram para casa um pouco esfolados nas pernas, mas nada grave. Sempre digo que quem não tem cicatriz no corpo, não teve infância.
Permiti que molhassem os pés na água salgada, alguns ultrapassaram o limite dado, mas como o local da praia não apresentava riscos, não proibi que curtissem o mar um pouco mais. Na verdade, eu queria estar junto!
Os estudantes conheceram o projeto Tamar, na Barra da Lagoa, onde verificaram a importância de projetos ambientais que preservam as tartarugas marinhas. Conheceram os tipos de tartaruga que habitam no litoral brasileiro, demonstraram procedimentos para salvá-las, viram que o lixo é responsável pela morte de muitas delas, obtiveram informações sobre a reprodução, enfim, puderam verificar o comportamento delas em cativeiro.
Concluo dizendo que o passeio foi intenso, de muito aprendizado, de muita alegria. Só não foi perfeito porque o Guga não estava em casa, segundo o porteiro. Tenho certeza que um dia meus alunos poderão esquecer de mim, mas jamais esquecerão desse dia!